sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

ano novo

Falar contigo é a mesma coisa que falar com uma criança. Não por seres infantil, mas pela simplicidade que transmites.


Novo ano. Apenas mais uma transição de datas que nos obriga a um esforço metal para acertar correctamente não só no algarismo das unidades, como também no das dezenas da data, o espaço correspondente ao ano em que nos encontramos.

O ano anterior serve sempre de referência para o que aí vem: quer seja bom, quer seja mau. Não devo esperar nada a mais ou a menos que o ano anterior me tenha dado. No entanto, um pouco daquele estúpido optimismo que juntamos às passas e ao espumante nunca sai de moda e, na altura da passagem, houve festa e destreza suficiente para abrir o cinto que os apertara o ano inteiro.

Não podemos alterar o que foi feito. Verdade. Não podemos alterar toda a conjuntura que rodeia o novo ano, muito menos podemos dissipar o óbvio sentimento de pessimismo de alguém que olha o presente e futuro com uma vaga lembrança do passado. E não se chama nostalgia. Chama-se involução e, assim como o timo, todos nós andamos a sofrer uma aos poucos. Temos medo de expandir os horizontes, escondemos as fragilidades em nossas casas e aquilo que sai à rua é uma personagem de uma qualquer novela da TVI.


Nesta altura do discurso, Sócrates arranjaria uma qualquer quimera transportadora de sentido de dever cumprido, moralizadora para o caminho que se avizinha. Eu, consequentemente, não o farei. Aponto apenas a referência a alguém que uma vez me disse: “sê o melhor naquilo que fazes” apenas com o simples reparo de tentarmos ser os melhores naquilo que realmente gostamos de fazer. Não precisa de ser uma actividade em si. Uma profissão. Se sou bom a conseguir um sorriso da cara das pessoas, porque não faze-lo da melhor forma que conseguir e quiçá, ser o melhor.

Várias pessoas melhores tornam um grupo, num grupo melhor. Visto sermos uma nação constituída por pessoas, melhorando, melhoramos o nosso sentimento do país e no final o próprio país. Não vale a pena fugirmos daquilo que nos atormenta, daquilo que não está bem. Vamos faze-lo melhor. Sozinhos não. Mas em conjunto. Sozinhos somos poucos, juntos somos mais que as mães, já que poderemos um dia procriar, se mantivermos um contacto prolongado com indivíduos do sexo oposto.

Vamos ser felizes. Se possível, sendo melhores pessoas a cada dia.