segunda-feira, 30 de junho de 2008

Confesso,

A boca fala do que o coração está cheio. Se levássemos esta frase no seu sentido mais literal, diríamos que a boca fala sangue, ou que fala plasma, hemácias, leucócitos, e todo o que o sangue contém.
Mas mesmo pensando no coração como o elemento que produz todas as nossas emoções, esta frase não deixa de ser falsa. Onde estaria, então, o espaço para a mentira e o fingimento? Onde estaria a falsidade e a crueldade? No mesmo coração que ama, que gosta, que apoia, que traz à nossa boca palavras de conforto: aquelas palavras que são necessárias a quem as ouve? Não.
Todos nós mentimos pelas mais diversas razões. E não interessa, na altura do renascer da verdade, saber a verdade. Interessa, sim, saber as razões por que se mentiu.
Porquê?
Porque é no entendimento dessas razões que provem o perdão. O que seria do perdão se ninguém fizesse nada de mal? O que seria do perdão sem nada para perdoar? Então temos de saber o que perdoamos, temos de ter o que perdoar, e principalmente, temos de perdoar. Não é esquecer. É lembrar o que se passou a cada momento e estar de bem com isso. Mas para isso temos de compreender a mentira: as suas razões.
“ A mentira é uma opção”
Isso é que nos individualiza. A mentira. A verdade é toda igual, se for contada pura e imparcialmente. Agora a mentira, a mentira é individual, é de cada um. Ninguém inventa uma mentira igual. É algo que sai da nossa mente. É algo nosso. E, ao confessarmos uma mentira, ao admitir uma mentira, cedemos a nossa alma, cedemos a nossa essência.
Isso é um grande esforço, e só por isso, a mentira deve ser (sempre) perdoada.

comprimentos deste agricultor que, contra si, fala

domingo, 29 de junho de 2008

bye bye cravos

Acabaram-se os cravos.

Esta frase tem muito mais do que uma carga denotativa patente aos valores da revolução de Abril. Isto quer dizer que agora os portugueses, apesar da crise, escolhem flores mais caras como a orquídea. Já n se quer cravos em casa para enfeitar, isso é foleiro, agora é só orquídeas e coroas de rei, isso é que é chique.
Mas não estou contra esta perspectiva, aliás nem quero saber. O que me importa é que se alguém quiser, porventura, planear uma revolução, vai ter de ter muito mais em contas os custos que esta pode trazer. Uma vez que por um cravo no cano de uma espingarda está cada vez mais dêmodê (pronuncia de uma habitante de Cascais, mas não sei se é assim que se escreve).
Uma revolução não pode ser só um acto popularucho, tem de ser um acontecimento digno de revistas do estrangeiro, como o desaparecimento da Maddie, tem de ter classe, te de ser, como a minha mãe diz, para inglês ver!

Agora que reflecti mais cinco segundos sobre esta questão cheguei a outra questão: mas por que carga de agua havia de alguém querer fazer uma revolução?
Pois, esta é uma questão que não faço a mínima ideia de como a transcrever para o suporte digital. Assim, fica ao critério dos poucos leitores que irão ler este texto.

comprimentos deste agricultor que terá tatuado no braço a seguinte frase"AMOR DE MÃE"

P.S. Mensagem de Verinha


Foi,me informado que someone ia revelar,me em primeira mao a sua identidade. Espero que isso aconteça rapidamente e desde ja mostro,me disponivel a dar,lhe o meu mail para me poder dizer. Beijiinhos da Verinha.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Ressuscitou

Já que está na moda pegarmos nos assuntos uns dos outros, também eu pego, hoje, num tema lançado por Júlio Tendeiro. (piloto de karts por ocupação, e cujo nome aparece referenciado num artigo dum jornal on-line da região, ou seja, temos gajo famoso cá no blog!!!!)


O tema é a infância. Há muito tempo que queria fazer um texto sobre o tema, mas a coragem fugia-me por entre os dedos. Isto, porque a minha infância não foi nada feliz. Infância não! A minha estadia na escola primária e ciclo. Repare-se se não numa coisa: eu era gordo, rechonchudo, fortito vá… e o meu apelido era Rato, era e é.


Ora, eu era o sonho para qualquer rapaz malvado que tivesse como hobbie gozar com os outros, logo eu era sempre o crucificado, menos por aqueles que também costumavam ser crucificados.


Para me defender das justas injustiças, criei o quê? Um mecanismo de defesa… (originalidade) e agora sou eu que crucifico-me a mim mesmo no quarto, sozinho, no escuro, à noite, não dando espaço para que mais ninguém me crucifique.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Nevoeiro

O fim do aclamado. O inicio do não desejado. O fim da esperança de chegar. O inicio daquilo que se passar. Sebastião já não chegará. Mas o nevoeiro levantará, um dia, este nevoeiro que nos envolve, esta mancha que nos consome, este empecilho que na nos deixa ver, levantará. Aí nós voltaremos a ter esperança, não no passado, mas no presente do futuro dos Homens. Deixemos a lembrança, deixemos tudo aquilo que faz o nevoeiro, aquele que nos afunda, manter-se à superfície. Assim voltamos àquilo que um dia tivemos…

Um dia saberemos?

Não, nós nunca saberemos

Se o que fizemos

Foi o suficiente para que aconteça.

Resta-nos a esperança

De que alguém se lembre de nós

E pense que sim,

Que o chegámos a fazer.
um abraço que vos suje todos de terra

terça-feira, 24 de junho de 2008

Hoje e Sempre. Amen

Continuando o que o meu caro colega e amigo FAR escreveu num texto sobre o mundo e as pessoas, queria deixar-vos com uns pensamentos que por vezes me consomem.


Numa das minhas jornadas diárias a passagem pela escola primária onde passei 4 bons anos da minha vida, actualmente frequentada pelo irmão do FAR, momentos nostálgicos foram trazidos à minha memoria, as futeboladas que jogávamos no chão de cimento velho e gasto, onde cabiam cerca de 30 jogadores, por equipa, ou da cerâmica caseira q tentávamos vender às pessoas q passavam, apesar desta não passar de bolas de terra com água. bons tempos!


Pensei também sobre assuntos mais profundos, assuntos quase dignos de um filosofo, ou de um padeiro num jogo de futebol.


Aqueles garotos a correr pelas suas vidas num campo de uma primária eram eu e tu, à uns anos. agora estão lá eles. Quando lá estávamos outros passaram por fora dos muros e apesar de puderem não ter pensado o mesmo, estavam na mesma situação que nós hoje. Eles próprios estaram nessa situação dentro de 10 anos, lá dentro estarão os meus filhos!


O mundo gira, dá voltas ao sol, não se preocupa connosco. Quem não se lembra do Hitler? ele esteve cá e já foi. assim como todos os que já partiram. Como someone escreveu, nós somos um livro em branco que é escrito ao longo desta nossa caminhada para o mesmo destino. No caminho alguns atingem grandes êxitos, grandes felicidades, ou pelo contrario tristeza e miséria. Mas temos um factor que influencia a nossa capacidade de viver a vida, os tempos em que vivemos, a época que marca a nossa passagem por esta vida curta à face deste planeta. Outrora, mais precisamente no tempo dos romanos, um homem grande, forte aliado a uma agilidade e perícia com uma espada elevados, só se encontrava abaixo do imperador e da sua família, hoje esse mesmo homem poderia não passar de um soldado numa guerra ou mesmo dum tipo armado eu mau que não tem onde cair morto.

O mesmo se passa com as mulheres. Certamente que uma mulher nascida hoje terá as suas hipóteses de ser bem sucedida no mundo infinitamente superiores a uma nascida à 150 anos.


Todos lutamos, a toda a hora, queremos estar no ponto mais alto da nossa sociedade. É assim desde sempre, apesar de ter mudado o significado de estar no ponto mais alto da sociedade. Agora todos tentamos ser ricos, mas as características da sociedade deixam alguns ter mais predisposição por certas aptidões físicas ou intelectuais.
Numa sociedade onde o gajo mais importante é aquele que consegue pegar na maior e mais pesada pedra, então um tipo pequeno, não tem a mínima hipótese de se safar.
Quantas vezes não penso que neste preciso momento existirá pelo menos uma pessoa mais intelectualmente capaz que o famoso Einstein pela teoria da relatividade, mas neste momento a sua capacidade está a ser usada numa caixa de um supermercado, talvez noutra época...
São os factores alheios a nós que nos modificam, que ditam as nossas possibilidades se sermos "os maiores".
Tal como a escola que frequentamos, os amigos que tivemos e temos, tudo molda a nossa vida, até um simples anuncio de televisão pode mudar o que temos como objectivo. É a conjuntura.
No final só sabemos que caminhamos todos para o mesmo. Imagino-nos como uma multidão num deserto. caminhando sem rumo, no entanto na viagem conseguimos fazer amigos, constituir uma família e ser feliz. No entanto, vamos todos cair num precipício sem fundo onde nos aforaremos para a eternidade.
Cumprimentos de centeio!

conselho geral transitório

Um blog serve para muitas coisas. Alias, podemos fazer dele o que quisermos. Podemos transforma-lo num diário onde relatamos todas as nossas frustrações, podemos fazer dele uma feira de variedades de assunto, com imagens e vídeos do youtube, enfim não me recordo de mais nada.
Eu, hoje, neste dia, a esta hora, optei por vir aqui relatar a minha primeira experiência como membro do conselho geral transitório da Escola Secundária Marques de Castilho, como órgão representativo dos alunos da mesma.
Pensando que não ainda é alguma coisa que fornece à minha pessoa uma certa carga de responsabilidade e credibilidade (é mais por esta que escrevo este texto no blog). Isso se tirarmos o facto de termos sido eleitos como lista única, porque não aceitamos as outras candidaturas. Isto porque nós cumprimos o prazo de entrega e as outras não.
Bom, foi uma experiência enriquecedora e poderia utilizar muitos mais adjectivos com a mesma carga simbólica, aliás quase sinónimos só para encher. Mas hoje não.
um duro shake handes para o meu companheiro nesta jornada

segunda-feira, 23 de junho de 2008

cá está mais um de fabrico industrial

Todo este aparato de uma pessoa, que eu desconheço, vir dizer que eu tenho um jeitaço para carregar nas letras do teclado de uma forma, mais ou menos, encadeada, fez-me reflectir sobre o dito assunto.
Primeiro fiquei orgulhoso como qualquer um ficaria. Não é todos os dias que alguém nos elogia, e elogia de uma forma livre de pressões ou segundas intenções. Não a conheço, não lhe posso agradecer pessoalmente ou favorecer no trato.
Depois deste estado ilusório, tive o meu momento de epifania. Todos os berlicoques que ponho (ou tento por) na escrita, só transparecem a minha contaminação dos males da sociedade que tanto renego.
Se eu não quisesse saber das opiniões dos outros, se eu fosse totalmente sincero para com o que penso sobre as coisas, não tentaria embelezar nada. Eu devia era escrever como o meu irmão do quarto ano escreveria que é assim que os assuntos merecem ser tratados!
Mas não. Quero mostrar que sou melhor que muitos, porque não interessa sermos bons se não somos melhores que ninguém em especial. Quero gabar-me do que consigo fazer. Pensando bem, eu não tenho qualquer moral para criticar um qualquer aspecto especifico a sociedade pois ele esta implícito tanto em mim como na minha educação ou na minha vida social futura (digo futura porque a actual é inexistente).
Por tudo isto, e muito mais, é que eu vou à missa. Já dizia o padre”olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço".
um abraço deste agricultor que vos adora

sábado, 21 de junho de 2008

mudança

O mundo muda. A Rússia, outrora dos czares, depois de Estaline, agora é de Putin. E, assim, as pessoas mudam com o mundo. Dizer que não mudam é mito.

O mundo muda as pessoas. Evoluem? Talvez. Mas o certo é que mudam, e aquilo que querem fazer hoje, amanhã talvez já não queiram. Dou um exemplo simples: quando somos miúdos gostamos é de jogar à bola, queremos lá saber das garinas, até achamos nojento o "beijar com a língua" , porém, uns anos mais tarde, não passamos sem isso, vivemos para isso, suamos por isso, morremos sem isso. Não morremos literalmente, porque o coração continua a bater e o cérebro a funcionar, mas morremos enquanto homens que nos queríamos afirmar na sociedade, e, pensando que não, na nossa idade é motivo para uma depressãozinha.

Tudo isto para dizer que um adolescente pode mudar as suas prioridades: apercebe-se que não existe só naquele momento e que, talvez, fosse melhor concentrar as suas atenções em algo que o imortalize, que aliás é o motivo de todas as pessoas se esforçarem, para serem lembradas.

Podemos, então controlar as hormonas que nos impelem para o contacto com o sexo oposto (o caso do chiquinho é a excepção que faz a regra) e canalizar essa gana para as coisas que realmente interessarão.

Mas, por enquanto, continuamos todos com o cio.

terça-feira, 10 de junho de 2008

nem tudo coisas do diabo

Quando Deus fecha uma porta abre uma janela.

Esta frase é uma mostra da sabedoria popular agora suportada pela ciência.
Se Deus fosse bondoso como dizem que é abriria um portão na vez da janela.
Deus existiu, durante muito tempo para explicar o inexplicável, nos últimos anos (e não foram assim tão poucos assim) ganhou uma outra função. A de justificar extermínios.
Isto só mostra a evolução da mente humana.
Antes preocupávamo-nos em caçar para comer, e usávamos Deus como amuleto, para o caso de alguma coisa correr mal a culpa não ser nossa. Pois agora, com as novas tecnologias, primeiro as espadas, agora os mísseis, já não nos contentamos a caçar um veado, agora caçamos tudo o que nos incomoda, ou então tudo que não faz parte do mundo que aspiramos.
Tudo isto para dizer que usamos Deus mais do que ele nos usa a nós. Não é que ele se importe, duvido que assim seja, mas é injusto clamarmos justiça divina quando as coisas da Terra se resolvem na Terra. E a maior parte nem sentido tem. Apenas por meia dúzia de tustos.
Nada disto é novidade. Nada disto é novo. Nada do que se diz foi inventado, ou sequer pensado pela primeira vez. Já todos pensámos alguma coisa do género. Mas o que importa pensarmos nisto ou naquilo? Daqui a nada esquece-se e depois voltamos a pensar noutra coisa qualquer.
bibas cá do ambiente rural com casas restauradas e turista ingleses a tomar conta do vinho todo

segunda-feira, 9 de junho de 2008

the devil's craps come around every day

a ociosidade
problema maior
do homem,
da sociedade.
sem tempo não pensamos
fazemos as coisas
porque queremos ou temos.
mas quando poisas
a cabeça na cama
a consciência,
aquela coisa que incomoda,
lembra-se e chama.
pensamos...
e como é mau para pessoas pensar.
por isso é que as pessoas vivem felizes.
lembramos...
aquilo que fizemos de mau as pessoas passar,
e por isso contentes são os petizes.
como é injuriador,
para o individuo que pensa,
pensar!
não é raciocinar.
isso todos fazemos.
é sim rebuscar a despensa,
na busca do que não se quer encontrar.
é a coisa mais difícil de fazer
ou evitar.
quanto mais queremos,
quiçá podemos,
não pensar no que já dissemos
fizemos,
o dia do juízo final chega.
acaba sempre por chegar.
da forma que menos pensamos
no dia que não nos dá jeito.
mas ele vem,
vem e bate forte no peito.
não o dia do julgamento do ser superior,
aquele que é usado para trabalhar,
um trabalho nosso.
falo do nosso interior,
gajo bem mais esperto que nós.
que se põe a atrapalhar.
e é isto que fazemos
quando não temos nada para fazer

terça-feira, 3 de junho de 2008

Where is someone?

Neste momento nós, agricultores, não nos preocupamos com a selecção, nem sequer com as notas de final de ano. Porquê? Porque existe uma coisa muito mais grave que nos perturba. Aliás, são duas:
1. Quem é someone?
2. Onde está someone?
Claro que a primeira é muito mais importante que a segunda. É, para nós, de extrema importância saber quem foi a alma caridosa que nos defendeu, de pessoas que nos insultaram numa momentânea epifania, com unhas, dentes, garras (se constarem da sua constituição física, porque estou certo que usou tudo o que tinha ao seu dispor).
A segunda só tem como funcionalidade manter o nosso ego o mais baixo possível, uma vez que queremos saber qual foi o rasgo de iluminação que deu a someone para deixar de comentar o nosso miserável blog. Só se someone for tipo mulher-aranha ou super-mulher, heroína que acorre aos mais desfavorecidos. Se for esse o caso, e de qualquer das formas, estamos muito agradecidos.

本当にありがとうございます
Já agora, queria, também agradecer à pessoa que tem comentado sempre o nosso blogzito, não porque os textos são bons, mas sim porque eu lhe peço. Vá não vou mentir, exijo. Obrigado Verinha, um dia quando quiser ocupar o teu tempo com algo muito mais educativo e rentável está à vontade.
cumprimentos deste agricultore, e saúdinha