Continuando o que o meu caro colega e amigo FAR escreveu num texto sobre o mundo e as pessoas, queria deixar-vos com uns pensamentos que por vezes me consomem.
Numa das minhas jornadas diárias a passagem pela escola primária onde passei 4 bons anos da minha vida, actualmente frequentada pelo irmão do FAR, momentos nostálgicos foram trazidos à minha memoria, as futeboladas que jogávamos no chão de cimento velho e gasto, onde cabiam cerca de 30 jogadores, por equipa, ou da cerâmica caseira q tentávamos vender às pessoas q passavam, apesar desta não passar de bolas de terra com água. bons tempos!
Pensei também sobre assuntos mais profundos, assuntos quase dignos de um filosofo, ou de um padeiro num jogo de futebol.
Aqueles garotos a correr pelas suas vidas num campo de uma primária eram eu e tu, à uns anos. agora estão lá eles. Quando lá estávamos outros passaram por fora dos muros e apesar de puderem não ter pensado o mesmo, estavam na mesma situação que nós hoje. Eles próprios estaram nessa situação dentro de 10 anos, lá dentro estarão os meus filhos!
O mundo gira, dá voltas ao sol, não se preocupa connosco. Quem não se lembra do Hitler? ele esteve cá e já foi. assim como todos os que já partiram. Como someone escreveu, nós somos um livro em branco que é escrito ao longo desta nossa caminhada para o mesmo destino. No caminho alguns atingem grandes êxitos, grandes felicidades, ou pelo contrario tristeza e miséria. Mas temos um factor que influencia a nossa capacidade de viver a vida, os tempos em que vivemos, a época que marca a nossa passagem por esta vida curta à face deste planeta. Outrora, mais precisamente no tempo dos romanos, um homem grande, forte aliado a uma agilidade e perícia com uma espada elevados, só se encontrava abaixo do imperador e da sua família, hoje esse mesmo homem poderia não passar de um soldado numa guerra ou mesmo dum tipo armado eu mau que não tem onde cair morto.
O mesmo se passa com as mulheres. Certamente que uma mulher nascida hoje terá as suas hipóteses de ser bem sucedida no mundo infinitamente superiores a uma nascida à 150 anos.
Todos lutamos, a toda a hora, queremos estar no ponto mais alto da nossa sociedade. É assim desde sempre, apesar de ter mudado o significado de estar no ponto mais alto da sociedade. Agora todos tentamos ser ricos, mas as características da sociedade deixam alguns ter mais predisposição por certas aptidões físicas ou intelectuais.
Numa sociedade onde o gajo mais importante é aquele que consegue pegar na maior e mais pesada pedra, então um tipo pequeno, não tem a mínima hipótese de se safar.
Quantas vezes não penso que neste preciso momento existirá pelo menos uma pessoa mais intelectualmente capaz que o famoso Einstein pela teoria da relatividade, mas neste momento a sua capacidade está a ser usada numa caixa de um supermercado, talvez noutra época...
São os factores alheios a nós que nos modificam, que ditam as nossas possibilidades se sermos "os maiores".
Tal como a escola que frequentamos, os amigos que tivemos e temos, tudo molda a nossa vida, até um simples anuncio de televisão pode mudar o que temos como objectivo. É a conjuntura.
No final só sabemos que caminhamos todos para o mesmo. Imagino-nos como uma multidão num deserto. caminhando sem rumo, no entanto na viagem conseguimos fazer amigos, constituir uma família e ser feliz. No entanto, vamos todos cair num precipício sem fundo onde nos aforaremos para a eternidade.
Cumprimentos de centeio!