terça-feira, 14 de outubro de 2008

como acne na cara

Ele, continuava, como sempre, confuso e objectivo. Vi as coisas claramente. Percebia-se. Sabia o que fazia, sabia o que queria. Porém atormentava-o o mesmo fantasma de sempre. Aquele que não o deixava permanecer no mesmo sitio por muito tempo mas também não lhe permitia mudar constantemente.
E la estava ele em Roma. Sentado na esplanada de um qualquer café de uma qualquer rua. Bonita por sinal. Ele gosta de coisas bonitas. Olhava para um lado e para outro, temeroso. Não gosta de sítios novos. Não conhece as pessoas, lê-as mas não as ouve. Eu gosto de saber o que as pessoas pensam de mim. E ele lá estava . Intimida-se com facilidade. Só as pessoas que não o conhecem o podem vir a conhecer. Só aqueles com quem quase não convive é que o intimidam. Só esses podem traçar-me m rosto sem que eu possa intervir. Só desses tenho medo. Só a esses as fragilidades, que me levam a odiar os sítios onde estou e a não gostar para onde vou, estão visíveis.
Tudo o que acontece, advêm de coisas que ele fizera.
Conto coisas pequenas às pessoas. Ele fazia-o, também. Dessa forma ninguém tem o puzzle, só algumas fatias, e dessas, só algumas poderão ser as correctas. Uma forma de se proteger. Uma capa inviolável para aqueles que o conhecem, só acessível para quem passa.
Como acne na cara.

1 comentário:

Anónimo disse...

O acne e' uma coisa muito chata e que me incomodou durante longos e feios anos..
Mas o texto esta' bom, hje gostei muito de lhe agarrar o braço e descer umas dez escadas consigo!:D
BeijiinhO*