quarta-feira, 3 de junho de 2009

coisas destas

As chamas laranjas faziam estalar a lenha que ardia. A negra fogueira fornecia o calor necessário para uma coexistência agradável. Se bem que a coexistência seria agradável sem a fogueira. Como poderiam, eles, reparar, naquela fogueira. Quando tinham de olhar um para o outro. Com olhares diferentes no olhar, mas olhavam-se nos olhos.

Comungaram a carne e na vez do vinho o suor um do outro. Mas ela comungou também o sangue e ele o metal da faca que estava escondida no meio da lenha que já não irá arder. Na verdade, irá apodrecer antes que alguém se lembre de voltar a acender a fogueira.

O céu ergueu-se duas vezes antes que se soubesse, ou que interessasse para a história narrada, da personagem que abraçou a carne o suor e o sangue. Fosse a primeira vez que está trindade se juntava à comunhão da rapariga e o interesse seria o mesmo que a corrida de caracóis. Mas, ao contrário do que se poderia pensar de uma mulher tão bem perfilhada, esta deu tão para o torto, entortou tantas vezes, que construiria um polígono, ou sólido geométrico, de fazer ver a Aristóteles. Que motivos a fazem entortar? Ainda não sabemos. Aquilo que apenas nos diz respeito, por enquanto, é que o reinado desta vingadora de não se sabe bem o quê está prestes a acabar. Nascera, há uns largos anos, a personagem que para a história nasce agora, e para a torta rapariga nasceu quando saía de casa, embarcava no seu automóvel e passa um carro a correr contra o vento, fazendo-o ficar para as pessoas que atrás ficam. Ela não o viu. Ele também não. Nenhum dos dois sabe o que os espera. Sabemos, nós, uma parte. Saberá, alguém, o resto?

Pode parecer estranho. Contudo, porventura, todavia, algum de nós reparou em alguém, ou soube que já tinha visto alguém, antes de saber que este iria interferir na sua vida? Oh quão egoístas somos!

A lareira está, de momento, apagada. Uma bicha-cadela começa a apoderar-se da lenha acumulada em recipiente próprio.

2 comentários:

Catarina * disse...

este texto, está diferente do normal, para ser sincera, acho que está bem muito bem escrito, mas não gosto muito!

De qualquer maneira, gostos sao gostos!! E era uma seca dizer sempre que gostava, assim, hoje não gostei /

Beijinhoo

Verinha disse...

Ohhhhhhhhh eu nao percebi:S
Continua a escrever muito bem mas assim como a Catarina nao gostei muito:D:D
DEve ser o 1º texto qe digo isto!

BeijinhO*