quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

marcha lenta

Do silêncio inesperado, da escuridão imensa, do vazio completo, é mais fácil ver e ser visto.

Até que o da frente parou. Contudo, a pessoa que via a da frente, que era a de trás, obviamente, não interrompeu a marcha. Há quem chame liberdade e há quem chame egoísmo, eu chamo distracção.

A liberdade é isto mesmo, poder decidir sem que outros interfiram na nossa decisão, mas também teria, a pessoa, de respeitar a decisão da outra pessoa parar, e porém, como solução, desviar-se-ia.

O egoísmo, egocentrismo, narcisismo, tudo coisas que dão ao mesmo para este contexto, impede as pessoas de “olhar” à sua volta. Desta forma nunca poderia ter visto a outra pessoa a parar e, com alguma franca probabilidade, ira dar-se um choque.

A distracção, bom, é a distracção usual, provocada por todas as coisas que damos por garantidas: o telemóvel ou mp3. Tudo coisas que nos abstraem do mundo e que nos fazem um perigo para os que nos rodeiam. Com eles, fechamo-nos no mundo nosso com o cuidado de não avisar ninguém que vai condutor embriagado na estrada.

Imagine-mos, agora, que era um precipício, aquilo que se seguia. Com a liberdade morríamos nós, o egoísmo matava a pessoa, assim como a distracção, mas aí éramos salvos por quem esteve atento e parou, porque não ia ao telemóvel.

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