quinta-feira, 3 de setembro de 2009

, de ressaca

E ali estava ele. Desconfortável, a bexiga, apertada, a rebentar. Como todo o bom miúdo, o medo do escuro deixava-o esfusiantemente assustado. É normal o medo. Houve alguém que disse que há dois sentimentos no mundo: o amor e o medo.

Do amor vem a simpatia, a paixão, a amizade, o carinho, e todas as coisas boas que faz sorrir o mundo.

Do medo vem o ódio e etc. O medo é mau.



Bem que o puto tem razão, não gosta do escuro e faz bem.

O escuro não nos deixa ver uma cara bonita, uma pessoa bonita, mas não nos impede de reconhecer uma alma bonita. E a alma é tudo o que no fim teremos. Podemos comprar relógios de 5000 euros, andar com plim-plins no pescoço, mas no fim é com a alma que vamos, como foi com a alma que viemos.

Como era bom reconhecermos as almas como vemos as caras. Assobiar uma alma bonita, fazer uma careta a um bandido que passasse, assim como fazemos com as gajas boas e as fracas, feias e tal.




Se houver almas gémeas, daquelas que encaixam tipo duas peças consecutivas de um puzzle, e se tivermos a sorte de encontrar a nossa, ou nossas dependendo da filosofia, então ficarão as nossas almas mais bonitas, tranquilas, sem medo.

1 comentário:

Verinhaa disse...

Que bonito..
So' nao percebi o titulo a nao ser que se estivesse a referir ao seu estado!

Beijiinho`*