domingo, 31 de agosto de 2008

a bonança da tempestade

- Acabou – disse ele com um estado de espírito similar ao da chuva que se fazia sentir lá fora.
- Deixa-me explicar-te – rogou, suplicou e pediu ela, tudo isso, porém, continuava a não surtir efeito.
De repente param. A tempestade que se fazia sentir impedia-os de continuar, era demasiado perigoso. Ele decide ir a pé. Qualquer coisa seria melhor que ficar ali a respirar o mesmo ar que ela, a ver as mesmas coisas e a olhar para ela.
A tempestade era enorme. Os telhados há muito que se despregaram, as copas das árvores batiam no chão, vergadas pelo vento, criando um efeito extremamente cómico e do qual todas as personagens desta história estavam alienadas.
Ela sai também ignorando os avisos do motorista, afinal tinha sido ele a desmascara-la.

***
Ele entrara primeiro no autocarro. Pagara o bilhete e sentara-se à espera que ela chegasse. Tinham combinado irem juntos para casa. O carro dele havia avariado.
- O costume? – Perguntou, inocentemente, o motorista à cara familiar da mulher que acabara de entrar
- Não, hoje vou para casa.

***

Por mais que ela rogasse, gritasse e berrasse ele não a iria ouvir. Não só pelo barulho do vento, mas também pela humilhação de saber como soube. Ela veio atrás dele, sempre a berrar, a gritar que parasse. Ao alcança-lo, grita-lhe ao ouvido as suas desculpas e ele sussurra-lhe:
- Não vás para casa, não hoje, não nunca.

3 comentários:

Anónimo disse...

O menino ainda vai escrever um livro ou o guiao de uma novela.
Muito bom!

Beijiinhos

Anónimo disse...

Concordo com a verinhaa !

:P

Anónimo disse...

=) Mesmo bom' lalala

*

Beijinhooo =)